As Danças Circulares são danças dos povos,
dançadas em diferentes culturas e momentos da humanidade, desde sempre. É uma
meditação em movimento. Enquanto você se deixa levar pela roda e vai acertando
os passos, sua mente fica tão concentrada naquele processo, naquele passo,
naquele ritmo, que vai entrando em um vazio meditativo delicioso. Eu adoro!
O círculo é um dos símbolos mais importantes e
poderosos e uma das grandes imagens arquetípicas da humanidade. São infinitas
as imagens circulares encontradas no mundo. Círculo, forma universal que
representa o todo unificado, sem começo, meio ou fim. Sem hierarquia.
Enquanto dançamos em Círculo, vamos desenhando
uma Mandala. Em suas obras, Jung refere-se às Mandalas, palavra sânscrita
que significa círculo, como símbolo dos “si mesmo”, a totalidade da
personalidade - o SELF. Para ele, a meta do desenvolvimento psíquico é a
individuação, ser o “si mesmo” que se é, e a aproximação em direção a ela não é
linear, mas circular.
Dançar
é movimento. Do corpo, da energia, da vida. O movimento, o ritmo e a
participação de cada um faz como que o círculo seja vivenciado como símbolo
vivo e pulsante. Se energia psíquica para Jung é igual energia vital, a partir
do momento que eu trabalho o movimento nas danças, ativando a minha energia
vital, estou também ativando a minha energia psíquica. Fazendo fluir conteúdos
entre as diferentes camadas da psique, ou seja, tornando conteúdos
inconscientes, conscientes – individuando.
"Dançar é
celebrar, é a demonstração dos sentimentos quando as palavras são
insuficientes. O homem primitivo dançava em todas as ocasiões, ao amanhecer, na
morte, no nascimento, para celebrar um encontro, o casamento, a boa caça, o
plantio e a colheita. A primeira representação de uma dança em grupo encontrada
na história da humanidade, data de 8.000 anos a.C., é a Roda de Addaura,
localizada em Palermo na Itália."
A dança circular enquanto movimento teve
início em 1976, através do bailarino e coreógrafo polonês Bernhard
Wosien. Segundo ele, o intuito era trabalhar uma expressão corporal que
pudesse transmitir organicamente um estado espiritual de alegria e amor. Conseguiu.
Todas
as danças circulares são um convite para olharmos para nós mesmos e para o
outro e podem ajudar na construção de caminhos para essa essência que Jung
chamou de Self, pois, possibilitam a vivência simbólica e
energética dos arquétipos e imagens simbólicas inconscientes, propiciando a
integração desses conteúdos.
Vamos
dançar?
p.s:
conteúdo baseado no trabalho de Conclusão de Pós-Graduação em Psicologia
Analítica no Instituto Ânima, de autoria de Amanda Vigo - "A
contribuição das danças circulares para o processo de individuação proposto por
C. G. Jung."
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